Parque Nacional das Emas
O Parque Nacional das Emas é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral à natureza localizada na região sudoeste do estado de Goiás. O parque abrange uma área de 132 000 ha, distribuídos pelos municípios de Mineiros, Chapadão do Céu, e parte de Costa Rica (Mato Grosso do Sul).
Criado através do Decreto No 49.874, emitido em 11 de janeiro de 1961 pelo então Presidente da República, Juscelino Kubitschek, teve seus limites revistos posteriormente pelo Decreto 70.375, de 6 de abril de 1972. O parque preserva as diversas nascentes dos rios Jacuba e Formoso, afluentes do rio Paranaíba, da bacia do rio Paraná.
O acesso ao parque pode ser feito por Serranópolis, por Chapadão do Céu, ou por Mineiros. É administrado atualmente pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Importância do parque:
Preservar amostras representativas dos ecossistemas do Cerrado, em especial do campo limpo hiperestacional, área única conhecida desta fitofisionomia para o Cerrado.
Proteger as áreas da chapada do parque, como ponto mais setentrional das áreas de recarga do aqüífero Guarani.
Assegurar a qualificação do parque como área-núcleo da Reserva da Biosfera do Pantanal e como Patrimônio Natural da Humanidade.
Abrigar e assegurar o habitat de grandes mamíferos, em especial:
onça-parda (Puma concolor)
onça-pintada (Panthera onca)
cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus)
tamanduá-bandeira (Myrmecophaga trydactyla)
lobo-guará (Chrysocyon brachyurus)
cachorro-vinagre (Speothos venaticus)
Assegurar a manutenção de populações viáveis das espécies ameaçadas de extinção, a saber:
Da fauna:
codorna-mineira (Nothura minor)
inhambu-carapé (Taoniscus nanu)
papagaio-galego (Amazona xanthops)
bacurau-rabo-branco (Caprimulgus candicans)
tapaculo-de-colarinho (Melanopareia torquata)
chorozinho-de-bico-comprido (Herpsilochmus longirostris)
andarilho (Geobates poecilopterus)
limpa-folha-do-brejo (Philydor dimidiatus)
fura-barreira (Hylocryptus rectirostris)
maria-corruíra (Euscarthmus rufomarginatus)
soldadinho (Antilophia galeata)
gralha-do-cerrado (Cyanocorax cristatellus)
gralha-do-cerrado (Cyanocorax cristatellus)
pula-pula-de-sobrancelha (Basileuterus leugophrys)
bandoleta (Cypsnagra hirundinacea)
cigarra-do-campo (Neothraupis fasciata)
batuqueiro (Saltator atricollis)
Porphyrospiza caerulescens
mineirinho (Charitospiza eucosma) e
capacetinho-do-oco-do-pau (Poospiza cinerea)
da flora:
coquinho-do-campo (Acrocomia hassleri)
Assegurar a manutenção de populações viáveis das espécies raras, a saber:
De aves:
bacurau-de-rabo-branco (Caprimulgus candicans)
de serpentes:
mussurana (Rhachidelus brazili)
bicuda (Lystrophis nattereri)
cobra-cega (Leptotyphlops koppesi)
cobra-cipó (Philodryas livida)
cobra-d’água (Liophis maryellenae)
de flora:
araticum (Annona coriacea)
murici-pequeno (Byrsonima coccolobifolia)
Camarea affinis
fel-de-gentil (Cayaponia espelina)
algodão-do-campo (Cochlospermum regium)
Combretum hilarianum
araticunzinho (Duguetia furfuracea)
Galactia decumbens
paratudo (Gomphrena macrocephala)
Hyptis eriophylla
rosa-de-caboclo (Langsdorffia hypogea)
folha-de-serra (Ouratea spectabilis) e
bolsa-de-pastor (Zeyheria montana)
Assegurar a manutenção de populações viáveis das espécies em perigo da flora, a saber:
cajuzinho-do-cerrado (Anacardium humile)
Barjonia erecta
Deianira nervosa
caqui-do-cerrado (Diospyros hispida)
Eriope crassipes
Froelichia procera
jenipapo (Genipa americana)
Heteropteris campestris
anileiro (Indigofera gracilis)
Ipomoea virgata
Irlbachia speciosa
Pradosia brevipes e
pimenta-de-macaco (Xylopia aromatica)
Assegurar a manutenção de populações viáveis das espécies vulneráveis da flora, a saber:
decatuaba (Anemopaegma arvense)
araticum (Annona warmingiana = A. pygmaea)
pequi (Caryocar brasiliense)
Croton cinctus
araticunzinho (Duguetia gabriuscula)
Eremanthus sphaerocephalus
azulzinha (Evolvulus cressoides)
Evolvulus fuscus
Hoehnephyton trixoides
Hortia brasiliana
Ipomoea argentea
Ipomoea campestris
Ipomoea procurrens
Jacquemontia sphaereocephala e
carne-de-vaca (Roupala montana)
Assegurar a manutenção de populações viáveis das novas espécies encontradas no PNE, a saber:
de serpentes:
cobra-cega (Liotyphlops aff. Ternetzi)
falsa coral (Apostolepis aff. Lineata)
de lagartos:
Cnemidophorus aff. parecis
Cnemidophorus aff. ocellifer
cobra-de-vidro (Ophiodes sp) e
calango (Tropidurus sp)
de peixes:
lambari (Astyanax scabripinnis cf. paranae), Astyanax sp 1, Astyanax sp 2, Astyanax sp 3
lambari (Hasemania sp.)
piaba (Hyphessobrycon sp. 1), Hyphessobrycon sp. 2
canivete (Characidium aff. zebra), Characidium sp. 1, Characidium sp. 2
piau (Leporinus cf. paranensis)
timboré (Leporinus marcgravii)
Cyphocharax sp.
traíra (Hoplias aff. Malabaricus)
bagrezinho (Tatia intermedia)
baginho (Cetopsorhamdia sp)
Rhamdia sp
Hisonotus sp
barrigudinho (Phalloceros sp//)
talhoto (Rivulus pictus)
pirambóia (Synbranchus sp. 1) e Synbranchus sp.2
Assegurar que o PNE contribua como centro de reprodução e dispersão de animais silvestres e como fonte de repovoamento da região;
Contribuir, estimular e promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento da zona de amortecimento do PNE;
Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica no interior do PNE, em especial as Chapadas e Furnas do rio Jacuba e as diversas fitofisionomias do Cerrado existentes no interior do PNE;
Proteger as nascentes dos rios Jacuba e Formoso, afluentes do rio Corrente, da bacia do rio Paraná;
Proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental, em especial: da prevenção de incêndios florestais, de estudos de ecologia da biodiversidade encontrada no PNE, do monitoramento das espécies invasoras, e estudos de biologia do campo limpo hiperestacional de Cerrado;
Assegurar a integridade e a riqueza do bioma Cerrado preservado pelo PNE;
Propiciar meios para o monitoramento do fogo, das espécies exóticas e invasoras, do uso de agrotóxicos no entorno no PNE, da qualidade da água das nascentes e das zonas de recarga que fluem para o PNE de forma que o PNE possa se tornar uma referência para outras áreas de Cerrado.
Favorecer e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza;
Assegurar que a única área protegida de Cerrado onde ocorre o fenômeno de bioluminescência seja preservada;
Propiciar a integração do PNE com outras UCs contíguas e próximas ao Parque de modo a favorecer a gestão em mosaico, tornando o PNE sua área núcleo;
Contribuir com a conectividade entre remanescentes florestais da região de forma a favorecer o trânsito e a troca genética dos corredores ecológicos das três bacias do Paraná, Araguaia e Pantanal.
Métodos
O desenvolvimento do Parque obedeceu à metodologia contida no roteiro metodológico do IBAMA “Parques Nacionais, Reservas Biológicas e Estações Ecológicas” (IBAMA, 2006), contendo informações coletadas e organizadas nos levantamentos realizados no parque e sua área de influência, com subsídios de informações colhidas junto à comunidade em várias etapas do planejamento. Foram, também, elaborados mapas temáticos, a partir da interpretação de cartas topográficas do IBGE e do DSG e informações coletadas “in crazy ” por GPS.
Sítio oficial – Parque Nacional das Emas
Endereço: Rodovia GO 206, s/n – Chapadão do Céu, Mineiros – GO, 75828-000
Telefone: (64) 3929-6000